“Será que ninguém vê
O caos em que vivemos?
Os jovens são tão jovens
E fica tudo por isso mesmo
A juventude é rica, a juventude é pobre
A juventude sofre e ninguém parece perceber...”
( Trecho da Musica Aloha, Legião Urbana)
A Rede Ecumênica pela Promoção e Direitos da Juventude- REJU Amazônia, vem a público manifestar sua indignação com a crescente onda de extermínio de jovens na Região Metropolitana de Belém.
Belém vive um momento de profunda comoção e reflexão diante dos fatos ocorridos no último fim de semana (19/11) no distrito de Icoaracy, com a execução de seis adolescentes. Um crime brutal e desumano. Infelizmente essa chacina não foi a primeira e não será a última a ser registrada nos jornais de nossa cidade, pois todos os dias o que a mídia revela (quando revela), são adolescentes e jovens, vitimas do tráfico, da polícia, de violência, manifestações de ódio, racismo, homofobia e discriminação pelas condições de pobreza em que vivem, a verdadeira espetacularização da violência.
A violência urbana subverte e desvirtua determinadas funções das cidades, retira recursos públicos já escassos, acaba com vidas, especialmente as dos jovens e dos mais pobres, e dilacera famílias. De potenciais cidadãos, passamos a ser consumidos pelo medo, pois o mercado que mais cresce é o de materiais e equipamentos de segurança. É o processo de acumulação do capital em busca de novos nichos de mercado, atingindo outros segmentos, na procura voraz de cada vez alcançar níveis mais elevados de lucro.
A violência é compreendida apenas em seus aspectos de segurança e repressão, não sendo considerados aspectos como da pobreza, considerada a mais trágica das formas de violência, que, contraditoriamente, não é combatida, tampouco observa-se a intenção de eliminá-la.
A insegurança causa reações adversas como a sensação de descontrole; pequenos atos são motivos para ações violentas, a qual vem estimulando a ação de um Estado penal, através de encarceramento e fortalecimento de mecanismos de controle repressivos e punitivos. Logo, a ausência do Estado, através de garantia de direitos e aplicação de políticas sociais, proporciona o descontrole que se alastra, sendo enfrentado por um controle estatal repressivo.
A impunidade e inoperância do estado deixam nossa população refém do medo e do silêncio. Nossa juventude quer viver! Quer ser feliz! Quer ser tratada como gente! É vergonhoso o que estamos oferecendo aos nossos jovens: Policiais matando jovens, escolas abandonadas, sistemas públicos de saúde e de educação que não atendem a ninguém, muito menos a população de baixa renda! Segundo o observatório da violência de 2011 o numero de homicídios no Pará quadruplicou em dez anos, a Região Norte carrega o peso de mais de 4.856 casos de homicídios e Belém, a capital que mais mata jovens na região, com 61,7%. Reforma política já!
A Rede Ecumênica pela Promoção e Direitos da Juventude na Amazônia, se solidariza com as famílias dos adolescentes assassinados e se une a varias manifestações de organizações populares, exigindo agilidade na apuração dos casos.
Basta de ver todos os dias nossos jovens serem eliminados pelo tráfico e pela polícia no Brasil.
Rede Ecumênica pela Promoção e Direitos da Juventude - REJU AMAZÔNIA.
Compõe a REJU AMAZÔNIA:
- Paróquia Evangélica de Confissão Luterana de Belém- PECLB
- Igreja Episcopal Anglicana do Brasil- Diocese da Amazônia- IEAB
- I Igreja Presbiteriana Independente de Belém- IPI
- Pastoral da Juventude da Arquidiocese de Belém- ICAR
- Igreja Metodista- Núcleo de Missão de Belo Horizonte em Belém
- Instituto Universidade Popular- UNIPOP