Cerca de 800 jovens são esperados neste domingo (24) no bairro da Cabanagem, para a celebração dos 25 anos do Dia Nacional da Juventude - DNJ, que acontece na Arquidiocese de Belém. A atividade que iniciou na mesma ocasião em que a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu, o “Ano Internacional da Juventude”, e em 2010, coincidentemente o jubileu de 25 anos DO DNJ, é estabelecido novamente “Ano Internacional da Juventude”.
Com o tema "Celebrando a memória e Transformando a história" o DNJ quer ser momento de celebrar a luta dos(das) jovens, através das diversas mobilizações, em defesa de seus direitos e convocá-los a assumir a missão no combate a violência que estes vêm sofrendo cotidianamente. “Não é evangélico, ficar parado vendo Belém a 13ª capital que mata adolescentes e jovens” desabafa Eraldo Paulino, da assessoria arquidiocesana da Pastoral da Juventude. “O DNJ quer fazer memória das lutas da juventude e animar para a missão, frente aos desafios que hoje os jovens tem” acrescenta.
No Pará, por exemplo, de acordo com o relatório da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Pará, em parceria com uma série de organizações, entres elas a CNBB, 70% da população majoritariamente encarcerada, são os(as) jovens, e na maioria em estado provisório. “São jovens, pobres e negros, que já sofrem uma série de ausências de políticas públicas, que não encontram no sistema carcerário, condições de cuidado e reinserção na sociedade”, denuncia Eduardo Soares, Secretario Arquidiocesano da Pastoral da Juventude em Belém. “Há no Estado, programas governamentais, mas o que queremos são Políticas Públicas de/para/com a juventude, e a efetivação de políticas fundamentais, como de educação”, acrescenta.
Na periferia de Belém, a violência vem recrutando uma série de jovens, vítimas do empobrecimento sócio-econômico, para o latrocínio, o tráfico e a prostituição. “Na cabanagem, não há condições para um jovem crescer com dignidade”, denuncia a jovem Silvia Medeiros, secretária da PJ na Paróquia Santa Edwiges. E não é de hoje que a comunidade vem denunciando o assassinato de jovens neste bairro e nos demais da periferia da capital. “A juventude vem sendo criminalizada, mas o que vemos todos os dias estampados nos jornais, são jovens vítimas de violências, das mais simples as mais extremas”, completa.
O DNJ em Belém, este ano, acontecerá no bairro da cabanagem. “É preciso sair às ruas da periferia, é lá que os jovens estão vítimas e lá também que os grupos de base da PJ vivem” ressalta Sidnei Rodrigues, da PJ de São Domingos de Gusmão, na Terra Firme. A concentração será às 15h. na Comunidade Aparecida, situada na Rua Damasco, próximo a Rodovia Augusto Montenegro, seguindo em marcha com trio-elétrico à Paróquia Santa Edwiges onde acontecerá uma missa, seguida de um show cultural.
