19 abril 2010

MAPA DA VIOLÊNCIA 2010 - ANATOMIA DOS HOMICÍDIOS NO BRASIL

Na Arquidiocese de Belém, cresce o
número de homicídios de jovens na capital

A edição deste ano do Mapa da Violência fez recortes por diversas faixas etárias – população total, crianças, adolescentes e jovens – além de gênero e de raça/cor. O estudo revela, por exemplo, que acima de 90% das vítimas de homicídio no Brasil são homens, com pequena variação de estado para estado ou de região para região. Segundo a pesquisa, essa realidade pouco mudou nos últimos anos. Por outro lado, a diferença nas taxas de homicídio entre brancos e negros aumentou entre 2002 (ano inicial do qual se tem dados mais confiáveis) e 2007. Nesse período, o número de vítimas brancas caiu de 18.852 para 14.308 (queda de 24,1%). Já o número de vítimas negras não só não caiu como aumentou de 26.915 para 30.193 (crescimento de 12,2%). Com isso, se em 2002 morriam, vítimas de homicídio, proporcionalmente 46% mais negros do que brancos, em 2007, cinco anos depois, essa proporção se elevou para 108%.

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DESTAQUES:

  • Entre 1997 e 2007, morreram no Brasil, vítimas de homicídio, 512,2 mil pessoas.
  • A década em estudo não apresenta mudanças nem nos números nem nas taxas de mortalidade infantil (crianças de 0 a 12 anos incompletos de idade). Permanecem estancadas em 0,9 homicídios em 100 mil crianças.
  • Entre os 12 e os 15 anos de idade, a cada ano de vida, praticamente duplicam o número e as taxasde homicídio entre adolescentes. Entre 1997 e 2007, os índices subiram significativamente: acima de 24%. A faixa etária com maior crescimento na década localiza‐se entre os 14 e os 16 anos, comincremento acima de 30%.
  • Os maiores índices de homicídio no Brasil concentram‐se na faixa de 15 a 24 anos de idade (o picoestá entre os 20 e os 21 anos). Embora os jovens representem apenas 18,6% da população do país em 2007, eles concentravam 36,6% dos homicídios ocorridos nesse ano.
  • Os índices de vitimização juvenil no Brasil são anormalmente elevados, considerando o contextointernacional. Morrem no país, por homicídio, proporcionalmente 2,6 jovens para cada não jovem. Metade dos 79 países analisados não parece apresentar os mesmos problemas de violência em sua juventude.
  • As taxas de homicídio (em 100 mil habitantes) nas capitais brasileiras caem de 45,7 em 1997 para 36,6 em 2007. Nas regiões metropolitanas, a queda é maior: de 48,4 para 36,6 no mesmo período.
  • No interior dos estados, as taxas de homicídio elevam‐se de 13,5 em 1997 para 18,5 em 2007.
  • O número de mortes anuais por homicídio no Brasil na década 1997/2007 ultrapassa o número de mortes de países em guerra, como Chechênia (1994‐1996), Guatemala (1970‐1994) e El Salvador (1980‐1992).
  • O PIB per capita explica 18,7% das taxas totais de homicídio do país.
  • Quase 48% da variação dos índices de homicídio total se explicam pela variação dos índices deconcentração de renda. Os jovens são os mais afetados pelos diversos efeitos e manifestações daconcentração de renda.
  • Acima de 90% das vítimas de homicídio do Brasil são homens.
  • A brecha entre o número de vítimas brancas e negras aumentou, entre 2002 e 2007, em 36,3%.