13 dezembro 2009

Um jovem desaparece a cada 6 horas

O drama social do desaparecimento de crianças e adolescentes, que leva à angustia milhares de famílias por não obterem respostas sobre o paradeiro dos seus parentes, têm características muito particulares no Pará. A maioria dos registros de desaparecimento na Divisão de Atendimento ao Adolescente (Data) da Polícia Civil do Estado revela que na maioria dos casos são adolescentes, na faixa-etária dos 12 aos 18 anos incompletos, que fogem de casa por conflitos com os pais. As principais ocorrências estão relacionadas a fugas em razão da família não aceitar, principalmente, o namoro ou a orientação sexual do adolescente.

O número de casos é bastante elevado. O LIBERAL teve acesso aos dados encaminhados pelo Data à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Desaparecimento de Crianças e Adolescentes da Câmara dos Deputados, que indicam 1.759 registros de desaparecimento de jovens, no período entre janeiro de 2005 a setembro de 2009. O índice se refere aos casos apontados somente na Região Metropolitana de Belém (RMB). Segundo o Data, não chegam à divisão às ocorrências dos outros municípios do Estado. No entanto, estima-se que o número de casos de jovens desaparecidos em todo o território paraense é três vezes superior ao número apontado na capital.

'O Pará é gigante, calculo que o número real de registros seja três vezes maior do que os que passam aqui pela região metropolitana. Por serem muito longe, as delegacias dos municípios resolvem os casos por lá e não comunicam aqui na capital. Mas ajudaria muito na nossa investigação se os casos fossem centralizados', afirma o investigador Edivaldo Alves do Carmo, coordenador do Serviço de Identificação e Localização de Crianças e Adolescentes Desaparecidos.

Fonte: Portal ORM